Leia em exclusivo no HCT.pt a entrevista integral do técnico da equipa sénior do H.C. Turquel, João Simões, ao semanário da região de Alcobaça,ÂRegião de Cister. O timoneiro da "nau" alvinegra faz um balanço da temporada que agora finda, analisa saídas e entradas e projeta a próxima temporada.
Região de Cister (RC): Depois de uma primeira volta bem sucedida (ndr: 9 vitórias em 15 jogos) o que é que faltou ao coletivo para repetir o feito e aproximar-se mais do top cinco nacional?
João Simões (JS): Fazer vinte e nove (29) pontos na primeira volta, numa prova onde o Braga (ndr: 11º classificado e última equipa a descer) terminou o campeonato com 30 pontos, é por si só elucidativo da excelente prestação da nossa equipa. Para nos termos aproximado mais dos lugares cimeiros era fundamental termos conseguido mais do que 5 pontos (vitória em Valongo e empates com Benfica e Viana) com essas equipas do grupo da frente. Mesmo assim, e se tivermos em conta o poderio desses emblemas, julgo que, terminar logo atrás destes, é um motivo de orgulho para toda a equipa e para todos os turquelenses.
RC: Como é que os seus jogadores encararam a eliminação da Taça CERS e da Taça de Portugal antes das respetivas Final Fours? Pensa que isso deixou marca na equipa?
JS: A eliminação da Taça CERS foi encarada com muita naturalidade. Fomos a última equipa portuguesa a cair da prova e fizémo-lo aos pés do atual campeão Italiano. Fica na memória de todos nós a vitória em casa sobre uma das melhores equipas do mundo. As pessoas poderão ter estranhado os números avolumados com que nos despedimos da prova, mas a verdade, é que eles, no seu ambiente, foram muito melhores do que nós e quando assim é, nada há a apontar aos nossos jogadores que foram brilhantes em toda a prova.
A Taça de Portugal, pelo facto de sabermos antecipadamente que a Final Four seria na nossa casa e até por nos encontrarmos já na altura com o 6.º lugar assegurado, passou a ser uma competição prioritária, mas a verdade é que fomos eliminados por culpa própria, uma vez que realizámos uma exibição muito abaixo do nosso valor e obrigação. Sem retirar mérito ao Alenquer, julgo que acusámos muito a responsabilidade, uma vez que queríamos tanto dedicar essa presença a todos os nossos adeptos e direção, que transformámos essa motivação extra numa pressão com a qual não soubemos, no momento decisivo, lidar. Claro que deixou marcas, pois ninguém mais do que nós queria ganhar e sofreu tanto com a derrota, mas a verdade é que elas fazem parte do desporto e resta-nos aprender e crescer com elas.
RC: Com algumas saídas do grupo, como é que vai preparar a próxima época?
JS: O plantel para a próxima época já foi publicamente divulgado pelo site do nosso clube e as saídas e entradas do grupo estão relacionadas com a manutenção de uma equipa o mais competitiva possível dando continuidade à integração dos atletas oriundos da nossa formação. A saída do Tiago Rafael para o Benfica deixa-nos muito contentes pois é sinal do reconhecimento do seu trabalho e dedicação e do rendimento coletivo da equipa, o Fábio Alexandre, que foi sempre um atleta de um caráter e entrega enorme ao treino e jogo, dará o seu lugar ao aproveitamento do potencial e da juventude existente na nossa formação, e o Samuel e o Alexandre necessitam, nesta fase da carreira, de jogar com mais regularidade para poderem evoluir de uma forma mais sustentada, e muito gostaríamos, que num futuro próximo, pudessem regressar ao plantel sénior do nosso clube.
No que diz respeito à equipa técnica, a saída do Hélio, que foi fundamental ao longo destes anos no sucesso da equipa, e a quem, pessoalmente, estou muito grato por todo o apoio que me prestou e ao acréscimo de competência que trouxe para a equipa, prende-se com a rotatividade interna dos nossos treinadores, que nos vai permitir integrar o Nélson Lourenço, que é um treinador muito experiente e competente, perfeitamente integrado na dinâmica de trabalho da equipa, e, como tal, acreditamos que será uma mais valia para todos nós.
É importante mantermos algumas rotinas de trabalho que nos têm dado bons resultados mas a verdade é que queremos também, fruto de mais um ano de experiência, ser cada vez mais competitivos e suprimir algumas lacunas que ainda revelamos em determinados contextos.
RC: Quais é que são os objetivos para próxima temporada?
JS: Tentaremos dar continuidade à afirmação, ainda mais sustentada, do clube na 1ª divisão. Sabemos que cada vez é mais difícil, pois as expectativas aumentam, mas a verdade, é que a prova onde estamos inseridos é muito equilibrada, e a fronteira entre o sucesso e o insucesso é muito curta. Queremos ficar na primeira metade da tabela no Campeonato e lutar jogo a jogo pela passagem à próxima eliminatória nas Taças CERS e de Portugal.
Aproveito para agradecer a todos os nossos adeptos e à nossa claque que foram incansáveis em casa e muitas vezes fora, no apoio que nos deram. Garantir que, se não fizemos mais, não foi nunca por desleixo e assumir, que para o ano, estaremos novamente focados no compromisso de honrar sempre a camisola que vestimos e de merecer o apoio que esperamos poder continuar a receber.
Direitos da entrevista: HC Turquel e Rádio Cister
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